Olá! Hoje fiz mais uma experimentação. Além de gravar o áudio, também fiz a transcrição do mesmo, para quem prefere ler. O áudio está AQUI e o texto está abaixo. Resolvi explicar melhor o que estou chamando de "ficar na imaginação" e como sair dela a partir da prática da Afirmação. É um bom começo para quem quer interromper seus hábitos e sair dos padrões.
Vou montar um grupo online para quem tem interesse em praticar essa e outras ferramentas que tenho compartilhado por aqui, sem precisar fazer uma terapia individual. Você tem interesse? Entra aqui na Comunidade Conexão Marcelo Michelsohn e me manda uma mensagem. Ou manda um email para marcelom@hey.com
Fique à vontade para compartilhar essa mensagem, ou apenas o link para o video, ou ainda o link para a Comunidade Conexão Marcelo Michelsohn. Se você compartilhar o link para a Comunidade, sugiro que o faça para poucas pessoas, mas com mensagens personalizadas, explicando do que se trata e porque você acha que ela vai se beneficiar de receber meu conteúdo. Segue a transcrição do áudio.
Imaginação, Pensamento e Afirmação
Olá pessoal, tudo bom? Bom domingo para vocês. Eu decidi vir aqui no consultório para gravar esse áudio e queria começar falando que algumas pessoas têm me procurado no privado, têm deixado comentários nos textos, no áudio, me perguntando sobre essas práticas que eu comento aqui e querendo saber mais sobre elas, como aplicar. E aí eu estou pensando o seguinte, eu tenho gravado esses áudios, escritos, textos e vou continuar fazendo isso e eu também tenho a minha prática clínica particular e eu senti que está faltando alguma coisa no meio, no meio dessas duas, que eu sinto que é um grupo, um grupo de práticas, sabe? Para quem quer aprofundar um pouco mais, mas não está no momento de fazer uma terapia individual.
Então em breve vou dar mais detalhes sobre isso para vocês. Quem quiser pode responder a esse áudio, me falando se isso faz sentido, se tem alguma preferência de dias e horários. É claro que eu não vou conseguir atender todo mundo, porque eu vou selecionar um dia por semana, mas assim eu já vou entendendo quais são as preferências.
Bom, aproveitando o ensejo, eu queria falar sobre a questão da imaginação e do pensamento. Uma pessoa me perguntou, fez uma pergunta assim: "a imaginação é sempre ruim?", "como saber se eu estou na imaginação, se eu estou no pensamento?" Então eu queria contar o caso dessa pessoa e conversar um pouco sobre isso. Ele me conta que estava em casa e aí veio um pensamento assim: "ah eu poderia ir visitar meu filho na cidade onde ele mora."
Veio esse pensamento. E aí ele me pergunta: "isso é uma imaginação? Isso é ruim? Por que que isso é ruim. Ter uma ideia, ter uma vontade assim." E aí em primeiro lugar eu quero dizer que a imaginação nunca é ruim, nunca. A imaginação é uma potência da nossa mente. O que é ruim é quando confundimos imaginação com pensamento.
Isso é ruim mas não no sentido moral, de certo e errado. Isso é ruim no sentido de despotencialização, de ser uma coisa que pode te entristecer, diminuir a sua capacidade de sentir, pensar e agir. Então em primeiro lugar, uma primeira dica para saber se estamos na imaginação é quando nós falamos frases com palavras assim: "eu poderia, eu poderia fazer isso, eu deveria fazer isso, ou se eu tivesse feito."
Isso nos coloca fora do presente. Então estamos lá no futuro, ou está no passado e isso se apresenta como se nós tivéssemos várias possibilidades. Então fica assim, "eu poderia ir visitar meu filho, mas eu também poderia não ir."E na potência, quando estamos na ação e não na imaginação, não existe dúvida. Existe uma certeza, que não é uma certeza rígida. Não é a certeza dos sectários. É uma certeza, sim, que vem de um lugar liberado, que vem de um lugar que não tem análise de custo-benefício. "É isso que eu tenho que fazer." A segunda coisa é quando essa imaginação, ela vem ou de um medo, ou de uma expectativa, ou de um lugar de falta, ou de um lugar de finalidade, na busca de um objetivo. Então, se eu penso assim: "ah, eu deveria visitar mais vezes meu filho, por quê? Isso vai melhorar a nossa relação. "
Esse "porquê vai melhorar a nossa relação", ele é um objetivo, ele é uma finalidade, ele é uma intenção. E aí já não estamos mais num circuito intensivo -de intensidade- estamos num ciclo intencional, buscando um resultado. Buscando um resultado por quê? Porque estamos dizendo que o que temos hoje não é suficiente, não é perfeito. Então, partimos de uma falta, parte de uma sensação de erro, de falta, de alguma coisa ruim, e ficamos em busca de resolver isso.
Esse movimento de sentir essa falta e de buscar algo que vai tampar esse buraco é clássico da imaginação. E, eventualmente, isso não vai dar certo. De novo, quando eu falo certo, aqui é no sentido sempre da potência, de expandir nossa capacidade de desejar, de sentir, de pensar, de agir. Por que não vai dar certo? Porque pode ser que a relação melhore, pode ser que não, pode ser que ela melhore por um tempo, depois piore, depois melhore. Pode ser que ela melhore, mas uma outra coisa, um outro mau encontro aconteça na sua vida, e aí você vai tentar preencher aquele buraco. Então, essa é a segunda dica. Quando estamos agindo a partir da falta em busca de um resultado, estamos na imaginação, estamos na passividade.
E o terceiro ponto é que, sempre que o pensamento é ativo, o corpo é ativo. Então, quando passa por nós uma ideia dessa, mas isso não se transforma numa ação ou numa sensação. Fica só no campo das ideias, é uma outra dica para sabermos que estamos na imaginação. Então, eu perguntei para ele, você já fez alguma coisa nesse movimento de ir visitar seu filho? Porque ele precisa olhar a agenda dele, ele precisa marcar com o filho, avisar a mãe do filho. Ver se as coisas na casa dele atual permitem que ele saia por esse tempo, e ele falou que não. Então, claramente, ele estava muito mais no reino das ideias do que no da ação.
E eu não estou dizendo que temos que pensar numa coisa e executar aquilo imediatamente, mas existem passos. Então, no caso dele, um passo simples que ele poderia ter feito na hora era olhar a agenda dele e saber quais os dias que ele poderia fazer essa visita para, então, dar um outro passo, que é avisar a mãe do filho dele. E isso não aconteceu.
O que fazer? Afirma! Simplesmente falamos com curiosidade: "olha só, que interessante! eu tô imaginando que me veio uma imaginação que eu deveria ir visitar meu filho mais vezes. Isso não é certo, nem errado, não é bom, nem ruim, é o que tá acontecendo agora comigo." E aí, nesse momento, criamos um tempo, interrompemos um hábito e nessa interrupção, criamos uma duração.
Então nós podemos ser invadidos por outras coisas, por outras paixões, por outras imaginações, como, por exemplo, aconteceu com ele, quando ele fez a afirmação, a próxima imaginação foi: "putz, a mãe dele vai mexer o saco por causa disso." E aí, o que fazemos? Ao invés de seguir nessa linha, nesse ciclo vicioso, interrompemos de novo e afirmamos: "olha só, que curioso, agora eu tô imaginando que a mãe dele vai mexer o saco". Ela não está enchendo o saco agora pois ele nem fez o pedido. Então, isso é uma pura imaginação. E na medida em que interrompemos o hábito, afirmando o que está acontecendo com curiosidade, não com autocrítica, se vier uma autocrítica, afirmamos a autocrítica.
Nesse processo, se nós não tivermos expectativa e finalidade, pode ser que entremos num lugar vazio, num vazio pleno de possibilidades e então pode ser que parta uma ação, que pode não ter nada a ver com os pensamentos que estávamostendo. Pode vir uma uma ação do tipo: "vai beber água", "deita no chão", "fala essa frase para tal pessoa". Por quê? Porque ao silenciar, ao afirmar e silenciar a imaginação, abrimos a possibilidade de uma ação, de um pensamento real, desde que não fiquemos buscando isso. Então, de novo, se estivermos com expectativa: "agora eu vou fazer o exercício que o Marcelo propôs, para eu ter um pensamento, para eu ter uma ação", pronto, ferrou.
E se ferrou, o que fazer? Afirma isso: "olha eu com expectativa de ter uma ação e assim sucessivamente". Isso é uma prática que vai contra toda forma como fomos criados. Ela é diferente de tudo que as pessoas que estão ao nosso redor estão fazendo e ela não serve à máquina social na qual estamos inserido.
Porque a máquina social precisa de seres tristes, de seres passivos que estão o tempo inteiro se sentindo no buraco com falta e buscando um objeto exterior, uma experiência exterior, algo, uma finalidade para tapar esse buraco. É assim que a máquina social consegue extrair o máximo do nosso tempo, da nossa energia, mas não precisamos fazer isso. Existe uma outra maneira, mas ela demanda uma atenção, ela demanda uma prática, que aos poucos vai se incorporando e vai transmutando a nossa maneira de ser.
Então não se trata de sair do emprego, sair do casamento. Isso pode acontecer como consequência de uma nova maneira de viver. Mas trocar uma forma pela outra e continuar vivendo no buraco e na tentativa de alcançar alguma coisa, algum objetivo, alguma finalidade, não funciona, você só está mudando de cenário e aqui a ideia não é mudar de cenário, mudar de cenário sim, mas como consequência. Então é isso gente, espero que tenha ficado mais claro como se usa essa prática da afirmação e também essa distinção do que é quando estamos na imaginação. Se vocês tiverem dúvida podem deixar comentários aqui, podem me escrever, podem entrar lá na comunidade Conexão Marcelo Michelson, fazer suas perguntas e fiquem atentos aí para o lançamento desse grupo de práticas, tá bom? Tenham um ótimo domingo e uma ótima semana.
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